As vezes fico pensando no que disse Pe.Virgílio, será que é verdade que o amor é dique suficientemente sólido para deter a torrente do ódio e segurar com firmeza os vagalhões da violência? Algumas vezes, a decepção nos leva a tentação de contestar a proposta de Jesus, que nos convida ao perdão e a misericórdia. Pensamos que perdoando os violentos e absolvendo os ladrões,acabamos facilitando a tarefa dos malandros e o crescimento do mal. Mais lógico seria responder aos opressores com os mesmos sentimentos que nos oprimem...
Mas nós,que cremos em Deus, gostaríamos de cultuar ao mesmo tempo a justiça e o amor.Por isso, ficamos num tremendo embaraço: julgamos que a prática da justiça nos leva para longe do amor, e que a vivência do amor,nos arrasta para longe da justiça. Conciliar justiça e amor nos parece tarefa acima das nossas responsabilidades.Mas não temos o direito de separá-los,pois é a isso que precisamos chegar.
Isto porque numa sociedade onde haja amor sem justiça, a situação iria degenerar em bagunça, e o amor ficaria desacreditado. Do mesmo modo onde houver justiça sem amor,haveria ditadura na certa, e a justiça ficaria desacreditada. Jesus, entrou no reino da violência não a fim de justificá-la,mas para denunciá-la e destruí-la.Não destruindo apelando para nova violência ou para a justiça sumária, e sim tentando injetar no coração das pessoas os germes da não-violência e recuperar o violento..
Jesus acabou, é verdade, sendo tragado pela violência. Mas sua morte não foi em vão. Só as vitórias do amor são definitivas,completas e salvadoras.Num mundo convencido de que a justiça só será feita opondo força à força, violência à violência,nós precisamos proclamar nossa fé na onipotência e civilização do amor.
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