terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Rótulos - última parte



No caso dos conceitos negativos, quase sempre a pessoa rotulada se sente presa ao  ponto de vista pessoal da outra pessoa. Isto se dá especialmente  quando se trata de pais ou professores,pessoas com as quais a criança quer se comunicar,acredita ou quer de alguma forma agradar. 

Ultimamente tenho refletido em como é fácil a gente classificar ou definir os outros colocando o nosso gosto ou ponto de vista como modelo ideal.É um grande equívoco e até desumano, querer julgar os outros com base nos próprios padrões éticos e morais. Pessoas que agem assim, ao que parece ignoram que as pessoas  não são iguais. Existem, como já tivemos oportunidade de ver,diversos tipos de inteligências e, consequentemente diversas capacidades.Pesquisas no campo da Psicologia já comprovaram  que cada um tem seu jeito, ritmo e modo diferente de aprender. Mas todos são capazes,desde que alguém saiba como ensinar.

Um estudante com dificuldades na leitura e escrita ou na resolução de problemas de matemática, se chamado de burro, se sente da mesma forma que se tivesse ouvido dizer que ele não se adapta à rotina escolar. E, com baixa ato-estima,passa a acreditar que "não adianta se esforçar porque não aprende mesmo". 

O costume de classificar as pessoas em mais ou menos capazes, difíceis de lidar, encrenqueiras e tantos outros rótulos reflete a tendência de se defender da incapacidade própria de lidar com as diferenças.

Rotular é o mesmo que  diminuir  o outro e simplificar para nós o nosso esforço para compreendê-lo e lidar com ele. É mais cômodo para nós dizer para a pessoa que ela é isto ou aquilo e desistir dela. O pior é que muitas vezes a própria pessoa acaba desistindo dela mesma. Esse é o problema dos rótulos negativos: Pessoas que recebem  rótulos negativos podem se sentir rejeitadas e ficar com baixa auto-estima.

Com crianças com necessidades especiais também são observadas situações preconceituosas contra as dificuldades que apresentam. Tanto que se pais e familiares não ficarem atentos e aprenderem a "brigar" pelos direitos do filho,estas situações inadequadas poderão se transformar em  incapacidades futuras.

A História mostra que colocar rótulos nas pessoas não é coisa criada nos tempos modernos. Einstein, pai da teoria da relatividade,foi rotulado no seu tempo de estudante como alguém que não seria nada na vida,simplesmente porque não demonstrava nenhuma aptidão para leitura e escrita. E nem se deram ao trabalho de diagnosticar a sua genialidade na Matemática e Ciências o que fez com que se transformasse num cientista mundialmente famoso cuja fama excedeu a de qualquer outro cientista.

A escola, em parceria com a família deve ensinar às crianças que o importante é  amar e respeitar a si mesmo e aos outros e se preparar para  a realização profissional quando chegar o momento.E ainda não ter medo de  se arriscar. Provar aos outros que  é igual a todo mundo com os mesmos direitos e deveres.

Como educadora, sei da nossa responsabilidade de ajudar a criança a ir aparando as arestas, ir crescendo à medida que o tempo passa. Entretanto,isto não quer dizer estigmatizar,mesmo porque ninguém nasce  incapaz e, ao mesmo tempo, ninguém sabe tudo para poder estar enquadrando o outro no seu modelo de perfeição. O que não deve ser esquecido é que cada um traz dentro de si potencial para crescer e vencer.

Podemos receber rótulos pois pessoas preconceituosas infelizmente existem aos milhares por aí. Entretanto,podemos aceitá-los ou não.Não somos alguma coisa simplesmente porque estamos desta ou daquela forma, ou porque alguém nos disse que somos...Mesmo porque com o tempo, nós podemos mudar, se quisermos.                                                                                 

                                                                       Um forte abraço para você. Fique com Deus!

                                      

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