O
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é responsável pela
enorme frustração que pais e seus filhos portadores desse distúrbio
experimentam a cada dia. Crianças, adolescentes e adultos hoje diagnosticados
com TDAH são frequentemente rotulados de "problemáticos",
"desmotivados", "avoados", "malcriados",
"indisciplinados", "irresponsáveis" ou, até mesmo,
"pouco inteligentes". A maioria daquilo que lemos ou ouvimos sobre o
assunto tem uma conotação negativa. A razão disso é o fato deste transtorno
continuar sendo pouco conhecido, apesar dos estudos a respeito terem se
intensificado nas últimas décadas e a prática ter mostrado que 3% a 5% das
crianças em idade escolar podem ser incluídas nesse diagnóstico.*
Garanto que ninguém associa os adjetivos "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" às pessoas que têm Déficit de Atenção/Hiperatividade. Estes, sim, descrevem muito melhor essas pessoas.
Garanto que ninguém associa os adjetivos "criativo, trabalhador, energético, caloroso, inventivo, leal, sensível, confiante, divertido, observador, prático" às pessoas que têm Déficit de Atenção/Hiperatividade. Estes, sim, descrevem muito melhor essas pessoas.
Preste atenção nesta outra lista: "falta
de atenção, tédio, baixa tolerância, intensidade de comportamento que leva a conflitos
com autoridades, alto nível de atividade, questionamento das regras." Mais
adjetivos para os portadores de TDAH? Não. Estas atitudes estão associadas a
superdotados… Vamos pensar por um minuto em Thomas Edison, que inventou
a lâmpada; Benjamin Franklin, que descobriu a eletricidade; em Magic
Johnson, que tanto fez pelo basquete; em Ziraldo e seu Menino Maluquinho...
Quem não ri com as piadas de Whoopi Goldberg e Robin Williams? E
a maravilhosa música de Mozart e Beethoven? O que é que todas
essas pessoas têm em comum? TDAH!!
Hoje, sabemos que o TDAH é um distúrbio
neurológico sério mas tratável, embora de difícil diagnóstico e acompanhamento,
devido à necessidade de um trabalho multidisciplinar contínuo. É possível
afirmar que as pessoas portadoras de TDAH, apesar das dificuldades decorrentes
da condição, podem aprender a tirar o melhor partido das suas características e
a realizar todo seu potencial. O TDAH pode ser considerado um dom, um sentido
extra que seus portadores têm para as coisas, uma maneira de chegar
imediatamente ao âmago das situações enquanto os outros só chegam lá de maneira
racional e metódica.
É preciso aprender a usar corretamente esse
talento oculto. Do contrário, adota-se um modelo destrutivo de viver. Com a
ajuda de pais e amigos, professores e terapeutas, os portadores de TDAH podem
aprender a usar seu dom de maneira efetiva. De repente, as coisas ficam mais
claras, e eles podem começar a se beneficiar de um talento ainda não
aproveitado.
Vanda
Rambaldi
Psicóloga
* Fonte: artigo publicado no British Journal of
Psychiatry
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