quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ególatra? Cuidado!




Na atualidade uma atitude de posicionar-se diante da vida de maneira arrogante e prepotente tornou-se fato até comum. Entretanto é preciso cuidado, pois isso pode ser sintoma de doença emocional.  Entre dois e sete anos de idade, na fase do pensamento operacional ou do egocentrismo a criança desenvolve um pensamento de achar que o universo gira em torno dela.  Nesse período é comum a gente achar que sabe tudo e os outros não sabem nada. A gente quer sempre mais.

À medida que vamos atingindo a maturidade, a tendência é o egocentrismo ir modificando,  o nosso ponto de vista vai ampliando. A pessoa já consegue considerar a idéia do outro, analisar, tirar conclusões, aprender. Quando amadurecemos conseguimos mudar a nossa conduta em relação ao outro, ou seja, usar da empatia que é se colocar no lugar do outro, sentir como o outro está se sentindo, compreender o outro e assim agir de forma mais assertiva. Entretanto, compreender o outro não significa aceitar o outro de forma passiva ou omissa.

Quando percebemos as necessidades dos outros e não somente a nossa estamos deixando a fase do egocentrismo. Percebemos que não estamos sozinhos no mundo e que os outros não estão aí somente para nos servir, mas também tem seus direitos assim como nós.
O egoísmo, a teimosia, falta de benevolência, a arrogância e o orgulho são sintomas do egocentrismo.

Para iniciar a caminhada em direção a evolução no tempo do desenvolvimento emocional, intelectual e social, ou seja, da saúde mental, devemos refletir nos nossos momentos de teimosia, de defesa inflexível de nossas idéias nos questionando: “Para que estou teimando? É certo ficar insistindo tanto assim? Vai me levar a algum lugar? Estou aberta ao ponto de vista do outro, e disposta a aceitá-lo mesmo que seja diferente? Ou estou querendo impor minha maneira de pensar ao outro? Estou levando em conta só o que eu desejo e quando quero?

Alguns psicólogos desenvolveram estudos nessa área e concluíram que Psicoses e neuroses que alguns indivíduos levam para a idade adulta, podem se transformar em doenças mentais como a esquizofrenia, o transtorno bipolar ou  transtorno de personalidade narcisista, como conseqüências de fase egocêntrica não superada. A pessoa geralmente demonstra desinteresse total pelo que é do outro, sentimentos e  necessidades o que é responsável pela perda do contato com a realidade. 
Indivíduo que leva para a idade adulta o sentimento de que é superior a tudo e a todos desenvolve o sentimento conhecido como egolatria.
O novo dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda apresenta as seguintes definições de Egotismo ou Egolatria: 1) Sentimento excessivo da própria personalidade; 2) Tendência a monopolizar a atenção, mostrando desconsideração pelas opiniões alheias.  Ter amor próprio é muito  positivo pois é sinal de auto-estima elevada. Agora, se a pessoa gosta  em demasia de sí mesma, não  haverá espaço na sua vida para amar de verdade pois desconsidera o tempo todo, os sentimentos e emoções do outro.

Alguns exemplos de como a egolatria geralmente se manifesta  em um indivíduo: Se está dirigindo, não aceita dar passagem para os outros pois pensa que a rua é dele. É o estudante adolescente, jovem ou adulto que durante aulas monopoliza o debate fazendo ao professor, só para aparecer diante dos colegas, as mais complicadas perguntas não se importando com a possibilidade da perda de tempo precioso para a aprendizagem. É o cidadão que ofende um funcionário público, apenas para demonstrar superioridade perante problemas que sabe que o funcionário não tem como resolver.É a pessoa que acha que só sua opinião está certa e inicia discussões violentas e irracionais por qualquer motivo banal.É o gestor que humilha publicamente o empregado numa demonstração de poder.Ele se acha superior a tudo e a todos. Só ele importa.

O indivíduo ególatra geralmente possui um Ego muito fraco, por isso a necessidade de se auto-afirmar não de forma natural, mas doentia.

Geralmente o ególatra possui certa inteligência, então costuma aplicar-se em determinado assunto, e assim dar vazão ao seu objetivo de se impor aos demais. Quando percebe que causou incômodo nos outros por ter mais uma vez se excedido na arrogância,pede desculpas,dizendo que estava pensando no melhor  para todos,mostrando que é superior também na forma de se defender.
Porém, se alguém toca numa ferida sua, ele costuma ficar sem  seus argumentos que acabam sempre convencendo quem não o conhece bem e, acuado, a sua tendência é tornar-se agressivo procurando “calar a boca” de quem tentou desmascará-lo, e procura de alguma forma se vingar: denegrindo a imagem do outro,isolando-o ou expulsando-o do  grupo em que estiver inserido.

Por carregar então no inconsciente uma culpa por ser quem é, levando ao desenvolvimento de sentimento de inferioridade, incapacidade e inadequação para a posição que ocupa no momento, é vulnerável ao humor do outro,embora não deixe claramente transparecer.Porém devido às resistências e ao sentido de preservação não raramente toma o sentido inverso: ao invés de mostrar-se inferior, adota uma  postura  arrogante,petulante e pedante.

É muito difícil o ególatra conseguir mudar a si mesmo, a não ser quando acontecer  alguma coisa muito séria que não está esperando fazendo com que ele encare talvez pela primeira vez a estrutura falha onde se encontra.
Se acontecer de um/uma ególatra entrar na sua vida,cuidado! Não permita que destrua sua auto-estima.

Quanto a mim, ainda  mantenho a esperança  que o homem se transforme  numa verdadeira estrela que para mostrar o seu brilho não precisa tentar apagar o dos outros.Então terá passado  este  momento de grande egoísmo em que muitas pessoas, viciadas em sí mesmas, cultivam a mistura da egolatria que é estupidez,auto-ilusão e compulsão, gastando preciosos minutos da  vida, já tão curta, em "lamber o próprio umbigo".E terá chegado uma nova aurora  com harmonia,paz e felicidade reinando e o homem olhando  em volta e enxergando pessoas que também são gente e precisam de carinho, atenção, amor.
 Por  TGSCouto- Cédito Imagem: comofas.com

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