

Gosto de histórias porque
elas dizem em poucas palavras o que as análises dizem de forma complicada. Todo
aluno reclama do fracasso da educação.Os alunos de hoje não são como os alunos
de antigamente.Nem mesmo sabem escrever.Que dizer do aprendizado da Ciência esta
coisa tão importante para o projeto País grande potência. E eu fico a me perguntar se o problema não está justamente aqui. Um
bem-te-vi que consiga ser provado com distinção na escola dos urubus (quem sabe
com um daqueles Q.I.s de causar inveja?) pode ser muito inteligente para os
urubus. Bem-te-vi é que ele não é.Não passa de um degenerado.
É que o corpo tem razões que
a didática ignora.Vomitar é doença ou é saúde? Quando o estômago está embrulhado,
aquela terrível sensação de enjoo, todo mundo sabe que o dedo no fundo da garganta provocará a
contração desagradável mas saudável. Fora com a coisa que violenta o corpo!
Nietsche dizia em certo lugar (não consegui encontrar a citação) que ele amava
os estômagos recalcitrantes, exigentes, que escolhiam a sua comida, e detestava
os avestruzes, capazes de passar em todos os testes de inteligência,por sua
habilidade de digerir tudo. Estômago exigente, capaz de resistir e de
vomitar.Em cada vômito uma renúncia: a comida é imprópria para a vida.
E eu me pergunto se este tão
denunciado e tão chorado fracasso da educação nacional não será antes um sinal
de esperança, de que continuamos capazes de discernir o que é bom para o corpo
daquilo que só é bom para o lucro. Esquecer depressa: Não é esta a forma pela
qual a cabeça vomita a comida de urubu que lhe foi imposta?
Uma ideia a ser explorada: Para educar bem-te-vi é preciso gostar de bem-te-vi,
respeitar seu gosto, não ter projeto de transformá-lo em
urubu. Um bem-te-vi será sempre um urubu de segunda
categoria.Talvez para se repensar a educação e o futuro da Ciência,devêssemos
começar não dos currículos cardápios,mas do desejo do corpo que se oferece à
educação.É isto: começar do desejo...
Do Livro Conversas com quem gosta de ensinar
Rubem
Alves
Sempre gostei e procurei explorar esta ideia: somente pode ser um bom educador, quem gosta de criança,para que consiga se preocupar agora com a felicidade da criança e ao mesmo tempo já antevendo a sua posterior realização,o seu sucesso quando adulto.
Esta criança, lindo ser em formação,pequena flor em botão que está hoje aos seus cuidados, se transformará no adulto de amanhã- futuros pais, mães, políticos... que irão garantir ou não o sucesso de uma geração.
Um forte abraço para você. Que seu trabalho seja uma bênção para sua vida e a vida de tanta gente que precisa de você. Muita saúde,sucesso, paz e bem.
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