“Botijão de gás” “Baleia assassina” “quatro olhos” “piolho”, são alguns dos nomes com que uns apelidam outros principalmente na escola. Inúmeras vezes já fomos ou presenciamos criança, adolescente e até mesmo adulto ser humilhado, ofendido, constrangido, empurrado, sacaneado, perseguido, tendo seus pertences quebrados ou roubados. Talvez até mesmo você que está lendo esta página, já passou por esta situação ou viu isto acontecer com alguém. Alguns pais e professores dizem que isto é comum. É natural. Que é brincadeira. É coisa de criança. Brincadeira? Natural? Isto é bullying e não pode ser encarado com negligência. Precisa ser conhecido, tornar-se temas de debates e combatido. Muitas pessoas que passam por situações de bullying, sofrem as seqüelas pelo resto da vida. Na maioria das vezes que alguém sente inesperadamente medo injustificado,insegurança ou sentimentos de baixo autoestima, saiba que pode ser efeito de feridas ainda abertas ou reabrindo na alma pelos atos desumanos de colegas contra ele (ela) muitas vezes ocorridos por inveja e que necessitam urgentemente de cicatrização.
Na Língua Portuguesa não existe uma palavra capaz de expressar todas as situações de bullying. Portanto, em Português não é fácil definir bullying.
Segundo pesquisas, a palavra é derivada do adjetivo inglês bully, que significa valentão, tirano. Este termo se refere a todos os tipos de atitudes agressivas, verbais ou físicas intencionais e repetitivas de um contra o outro que ocorre sem motivo aparente. Geralmente acontece quando um tem mais poder que o outro, pois o bullying ocorre dentro de uma relação desigual de forças ou poder em que a vítima teme o (a) agressor (a) por causa das ameaças de violência física, psicológica ou sexual ou ainda a perda do emprego. Qualquer tipo de atitudes que visam ferir ou controlar outra pessoa é descrita pela palavra bullying que tem a ver com fazer com que alguém se sinta inseguro, amedrontado ou insignificante no grupo, excluindo esta pessoa de atividades ou de um grupo social, isolando-a propositalmente.
Conforme diz Cleo Fante, em seu livro Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz, o bullying “estimula a delinqüência e induz outras formas de violência explícita, produzindo, em larga escala, cidadãos estressados, deprimidos, com baixa autoestima, propensos a desenvolver doenças psicossomáticas, de transtornos mentais e de psicopatologias graves” (FANTE, 2005, p. 9-10).
Uma pessoa vítima de bullying quando adulta tem tendência a se tornar ansiosa, depressiva, com fobia escolar ou social, medrosa, insegura, com baixa autoestima e pensamentos negativos. Tende ainda a adquirir problemas de relacionamento interpessoal, podendo até mesmo contrair comportamento também agressivo, demonstrar dificuldade de aprendizagem, ou de bom desempenho profissional e de afirmação da identidade quando adulto. Algumas vezes leva ao suicídio.
As principais vítimas do bullying nas escolas geralmente são segundo Maria Leolina Cunha, os mais quietos, os que se vestem de forma diferente, que se destacam pela intelectualidade ou que manifestam alguns traços de homossexualismo.
Segundo pesquisa, são condições familiares adversas, o déficit de atenção e hiperatividade, deficiência intelectual, pouca satisfação com a escola e a família, o consumo do álcool ou outras drogas os fatores que mais favorecem o desenvolvimento da agressividade.
São exemplos de bullying: insultos, ataques físicos ou verbais contra uma pessoa, espalhar fofocas sobre a vítima ou sua família, isolar socialmente, chantagem, usar de sarcasmo evidente para se passar por amigo de quem se quer dominar, fazer com que a vítima faça o que não quer por meio de ameaças, apropriar-se de pertences de uma pessoa e cyberbullying - usar a internet para praticar o bullying.
Nesta hora é fundamental que a vítima não demonstre medo, pois é exatamente isto que deseja quem coage em um “bullying”. É imprescindível manter a calma, não reagir de modo agressivo, demonstrando sua raiva, outro objetivo de um “bully”. A melhor estratégia é ignorar os provocadores e ir embora,ou surpreendê-los de alguma forma. Assim há o esvaziamento do poder de quem coage. O que ele deseja é ver o outro se sentindo mal e incapaz e, provavelmente da próxima vez agirá com maior violência.
As pessoas que têm este comportamento de bullying na verdade estão tentando disfarçar seus próprios medos internos amedrontando e ferindo outro. Temendo serem feridas primeiro, sem nenhum motivo aparente vão batendo e agredindo o outro. Para saírem sempre ganhando desejam exercer um controle sobre a outra pessoa. Por não conseguirem compreender e apreciar os sentimentos alheios se tornam exímios observadores do comportamento de outros e escolhem sempre como alvo das suas perseguições os que se intimidam, os que demonstram medo ou covardia. Estas pessoas agressoras se não tiverem ajuda para que possam sentir a responsabilidade pelos seus atos, podem vir a se tornar marginais e infratores da lei, adultos violentos, podendo inclusive, chegar a cometer crimes. Até mesmo no Brasil não são poucos os casos de menores infratores que adotam atitudes criminosas.
Geralmente atitudes de bullying nas escolas ocorrem em áreas menos supervisionadas pelos adultos. Mas há casos em que acontece dentro da sala de aula ou no recreio sob as vistas de outras crianças. E quando quem sofreu o bullying tem coragem de denunciar, não se encontram testemunhas, pois as outras crianças temendo se tornarem as próximas vítimas preferem se calar. E o agredido desacreditado, passa a suportar as violências em silêncio. Quando os adultos presenciam tais atitudes, muitas vezes negligenciam dizendo tratar-se de brincadeira. Brincadeira? Será que pensariam assim se fosse com um filho deles?
A violência nas escolas existe desde o início da humanidade. Nos últimos anos, em parte devido à permissividade da sociedade e omissão da escola que consideram a covardia em meio às pessoas fato normal, tem aumentado a sua intensidade com resultados extremos o que requer intervenção eficaz não somente a nível preventivo, mas também a nível protetor para reprimir estas atitudes covardes que solapam a liberdade pessoal entre as pessoas pelo medo da violência.
A melhor forma de combater o bullying nas escolas para que não continuemos convivendo em meio ao terror, é através da parceria de todos os atores envolvidos: pais, professores, comunidade para que assumam cada um a sua responsabilidade pelo desenvolvimento de trabalho cooperativo com objetivo de orientar, incutir valores, e, sobretudo favorecendo “clima” de amizade e felicidade entre as pessoas e, se preciso for, encontrando alguma forma de punição para os resistentes à mudança. Todas as estratégias precisam ser utilizadas para mudar esta realidade de sofrimento para muitos e sensação de que se pode ganhar sempre, que se deve levar vantagem em tudo para poucos.
Para não concluir...
Seria tão bom se todos cumprissem a sua missão praticando, no sentido exato da palavra, a lição do Mestre: "Ama teu próximo como a tí mesmo"! Com certeza não existiria tanto abuso da força,da autoridade ou do poder, em resumo,não haveria tanta tirania e covardia entre as pessoas e sim mais harmonia e felicidade. É bullying? Chega disso! Respeito é bom e todos gostam. Para você, paz e bem! Abraços fraternos e um beijo no seu coração.
Por TGSCouto.
Sites consultados:
bullyinguicma.blogspot.com
http://pt.dreamstime.com/imagens-de-stock-bully-de-escola
revistaescola.abril.com.br
portaldoprofessor.mec.gov.br
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